05/10/15

Universidade-Fundação: expectativas frustradas em período eleitoral

Os docentes eleitos pelo Movimento Universidade Cidadã manifestaram hoje, na reunião do Conselho Geral da U,M a seguinte posição:
A três de setembro, o movimento Universidade Cidadã tomou posição pública acerca do processo apressado de apreciação e votação dos Estatutos da Fundação Universidade do Minho, através de duas reuniões extraordinárias do Conselho Geral, justificado pela “extrema urgência” que foi induzida pelo XIX Governo Constitucional e que o Reitor entendeu representar uma oportunidade, com base nas expectativas que lhe terão sido criadas de ver aprovada aquela Fundação em Conselho de Ministros, ainda antes das eleições legislativas de 4 de outubro de 2015.
Chamámos a atenção, em devido tempo, para a inoportunidade e a imprudência de tal processo, em contexto de disputa eleitoral, suscetível de ser lido como ato de campanha, o que acarretaria o risco de transformar a putativa Fundação e a própria Universidade em objetos de controvérsia eleitoral. Tal veio, de facto, a verificar-se, e por diversas formas, com intervenções públicas de diversos partidos políticos, a favor e contra, tendo culminado na não aprovação do regime fundacional, mas antes na sua remissão para o quadro das promessas eleitorais a concretizar no futuro. Pela segunda vez, em quatro anos e meio, incorreu-se no erro de propor uma mudança estratégica para a Universidade em final de legislatura, com os resultados que são de todos conhecidos.
Lamentamos profundamente o repetido fracasso – independentemente da nossa posição contra o estatuto fundacional –, porque tal fracasso fragiliza a Universidade, sendo o resultado da gestão imprudente de uma matéria de grande sensibilidade politico-estratégica, sobre a qual se entende que este Conselho Geral deveria ter revelado maior exigência e capacidade crítica.

5 de outubro de 2015
Licínio Lima, Lúcia Rodrigues, Manuel Pinto, Ana Cunha

PS:
Veja-se, a propósito, este texto publicado na revista Visão:
Eleições: Passos promete estatuto de autonomia reforçada para Universidade do Minho