27/02/09

É tempo de a UM mudar de vida


Estimadas e estimados colegas,

A Lista A – Universidade Cidadã pensa que é tempo de a Universidade do Minho “mudar de vida”, para parafrasear a bela canção de José Mário Branco.
Mudar de vida significa mudar as políticas universitárias, democratizar a organização e o governo e não, simplesmente, mudar de protagonistas. É por isso mesmo que sempre insisto em que muito mais importante do que conquistar o poder é contribuir para a transformação do seu exercício.
No Conselho Geral exercitaremos a participação democrática e crítica, com responsabilidade e solidariedade institucional para com o Reitor, qualquer que ele seja.
Somos a favor de um Conselho Geral com vocação própria, não de uma “caixa de ressonância” do Reitor, nem de um locus de oposição sistemática a quem vai eleger para esse cargo.
Afirmamo-nos a favor da gestão democrática da Universidade e, por isso, contra lógicas oligárquicas e de concentração do poder, tanto quanto contra derivas tecnocráticas.
Entendemos que mesmo os problemas de organização e gestão são, em primeiro lugar, problemas subordinados à política universitária e que, por isso, devemos evitar as soluções “desnorteadamente técnicas”, como observou o Colega Pedro Albuquerque.
Não confundimos participação com consenso ou com cooptação, à margem de qualquer possibilidade de contestação. Como sabiamente escreveu o nosso antigo Reitor, Lúcio Craveiro da Silva, “a participação sem contestação conduz ao totalitarismo e a contestação sem participação conduz à anarquia”.
Também nós somos a favor da excelência académica, mas de uma excelência sem exclusão ou menorização de ninguém e de nenhum sector, como pertinentemente defendeu Óscar Gonçalves.
Para nós, as práticas democráticas não só não são incompatíveis com uma boa governação como, pelo contrário, recorrendo às palavras de Luís S. Barbosa, são “o caminho mais seguro para a excelência académica”.
A solidez dos valores democráticos e a rejeição do puro pragmatismo representam, para nós, a melhor forma de evitar: cair no tacticismo, mudar de ideias conforme as conveniências, optar pelas soluções mais fáceis, adoptar lógicas de conquista, abandonar a alma mater à sorte do mercado, proletarizar os professores e investigadores, trair o que de melhor contém a tradição humanista e crítica dessa instituição multissecular que herdamos, chamada Universidade, e que é património de todos.

No final desta campanha eleitoral, quero cumprimentar todos aqueles que participaram activamente nela, propondo, debatendo, concordando e discordando, assim assumindo a sua cidadania universitária. E a todos, em geral, apelar para que assumam as suas responsabilidades e exerçam o seu direito de voto.

Recebam, cordialmente, as minhas melhores saudações académicas.
Licínio C. Lima

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