16/02/09

Testemunhos (4)
'Home is where your heart is'

Uma vez ouvida, nunca mais se esquece esta frase. Pode não estar sempre lá, mas de quando em quando, eis que nos surge, evocada por isto ou aquilo. E podemos dar mil definições de 'home', mas invariavelmente, é um local acolhedor, onde nos sentimos bem, confortáveis.
Um dia destes vinha a ouvir os 'sinais' do Fernando Alves que trazia um conto de Jacques Prevel, sobre uma tela onde se pintava uma árvore e se esperava que um pássaro pousasse e outro tanto para que cantasse. Só então o artista deu a obra por completa e a assinou.
Senti algo parecido, que havia um ramo disponível e que ficaram à espera que eu cantasse. E eu sinto-me 'em casa' ao lado de quem ouve, de quem convoca, de quem partilha. De quem sabe que sabemos sempre menos quando ouvimos pouco.
E retomando a metáfora: penso que a UM, como universo e tela que é, só poderá ter uma 'assinatura' quando todos encontrarem o seu ramo e a sua voz. E há um imenso capital humano de 'asa caída' pronto a voar.

Ana Cunha
Escola de Ciências

1 comentário:

Ana Cunha disse...

Errata
Não é, de facto, um poema de Prevel mas de Prévert. Ambos Jacques. Ambos poetas. E os 'sinais', no carro, nem sempre são tão fielmente percebidos quanto o desejado.
Agradeço à Célia o cuidado de me ter avisado do erro e congratulo-me por todos os que, como ela, o souberam detectar. Por eles, e pelo facto de irem ler os nossos testemunhos.