16/03/09

"A industrialização da aprendizagem"

Da coluna quinzenal de Luís António Santos, docente da Universidade do Minho, no diário Página 1, da Rádio Renascença, trascreve-se, do texto "A industrialização da aprendizagem":

" [...) o atabalhoado frenesim para tornar as universidades portuguesas casos exemplares de adopção da agenda de normalização de Bolonha (com argumentos “sólidos” já comuns noutros “debates sérios” em Portugal como é o caso do “ou fazem isto ou é o caos”) mostra-nos a que distância estamos ainda de uma governação séria e competente. Num processo que nos foi apresentado como uma revolução (e que quase toda a gente no sistema preferiria chamar “uma grande oportunidade perdida”) os alunos são, apesar da retórica, os grandes perdedores. Navegam agora de modo mais livre, é certo, mas em águas que, a maioria, desconhece. São encorajados a fazer o seu próprio percurso e até lhes dão para a mão bússolas, sextantes, GPS’s, lanternas, remos e canivetes suíços – mas tanto o imenso azul como as ferramentas são novidade para grande parte deles. Os bons – com este como com qualquer outro sistema – vão sempre bolinar sem problemas. Os outros, muitos, vão cansar-se de remar para sítio nenhum. E a ironia (triste, é certo) de tudo isto é que o edifício teórico que trouxe sustentação a propostas como Bolonha está – todos o percebemos – em absoluta erosão. [...]".

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