19/02/09

Testemunhos (7)
Uma Universidade de E2

Nestes tempos de crise profunda que atravessa a universidade Portuguesa, talvez o maior desafio que se nos coloca é saber como implementar uma política de Excelência sem Exclusão (E2).

Uma política de E2 implica que o desenvolvimento de determinadas áreas do conhecimento não seja feita à custa da desertificação de outras, eventualmente menos competitivas em tempos de novo riquismo tecnológico.

Uma política de E2 implica que o desenvolvimento da investigação não seja feito à custa da desresponsabilização com a superior tarefa de educação científica, cultural, humanística e tecnológica das gerações.

Uma política de E2 implica que se reconheçam diferentes perfis na pluralidade da vivência académica seja na investigação, docência, serviços ou administração.

Uma política de E2 implica dar voz a todos os membros da academia (estudantes, docentes e funcionários) nas várias dimensões da vida académica.

Em suma, é numa política de não exclusão de pessoas e saberes que assenta a excelência da Universidade.

Em tempo de crise, as soluções de exclusão são sempre as mais fáceis. Mas são sempre estas que acabam por comprometer a própria excelência, porque não há excelência sem tolerância e diversidade.

Óscar F. Gonçalves
Escola de Psicologia

Sem comentários: