21/04/09

Contexto de um processo de cooptação

A propósito do debate (salutar) que tem ocorrido na intranet da Universidade do Minho acerca da lista de individualidades cooptadas para o Conselho Geral e, em particular, motivadas pelo facto de se tratar apenas de homens, os membros do movimento Universidade Cidadã entendem expressar o seguinte:
Como se sabe, as personalidades externas foram cooptadas em resultado de um processo eleitoral complexo e sucessivo, até à obtenção de uma maioria absoluta. Os eleitores foram oito conselheiros e oito conselheiras presentes na reunião, aos quais coube a possibilidade de indicar personalidades elegíveis, as quais foram votadas e seriadas. Foram incluídas várias mulheres, em nossa opinião tão "notáveis" quanto os outros elegíveis do sexo masculino.
A disponibilidade das personalidades, o seu perfil, as prioridades legitimamente estabelecidas pelos vários corpos e grupos representados no Conselho Geral foram, como se compreende, elementos relevantes, mesmo observando os genuínos esforços de concertação entre as partes.
Assim, não houve lugar à garantia prévia de equilíbrios de género, como seria possível no caso de se ter procedido a convites ou a nomeações. Importa lembrar que não foi esse o caso. O processo eleitoral seguido, aliás mais democrático e, de resto, uma exigência do RJIES, resultou na produção dos resultados conhecidos.
Cada um de nós é livre de os apreciar e criticar, mas convirá que o faça conhecendo o processo que formalmente regulou a sua produção.
Em processos de decisão política democrática e colegial, os resultados obtidos podem afastar-se mais ou menos dos projectos e agendas iniciais de cada uma das partes e, no entanto, não é por isso que desistimos da democracia nem da próxima oportunidade de decisão democrática. Até porque a alternativa óbvia é passar a nomeações ou a decisões unipessoais, mesmo que pretensamente com melhores critérios e mais equilíbrios... mas seguramente com maiores riscos ainda.

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