Na cadeia das fidelidades, a boa onda é sempre aquela que nos irmana nos combates decisivos. Porque a grandeza de uma vida está em combater o bom combate e em permanecer.
Há muito que o bom combate na Universidade do Minho, o combate decisivo, é o combate da cidadania.
É decisivo fazer da Academia uma ideia criativa, que contrarie a cartilha da vidinha funcionalizada e baça, cumprida em rotinas estafadas, que segregam dependência e destilam servilismo.
É decisivo fazer da Academia um princípio de inquietude, que se alimente de espírito crítico e não dobre diante de reis, valetes e cardeais.
É decisivo fazer da Academia uma corrente de liberdade, que contrarie estratégias de controle de poderes opacos, com práticas de gestão igualmente opacas.
É decisivo fazer da investigação uma prática de rigor e humildade, e não uma acção de propaganda e uma corrida desenfreada a índices de visibilidade e a manchetes da imprensa.
É decisivo fazer da actividade de extensão um serviço à comunidade, e não um frenesim de alma vendida ao mercado.
Não tenho a ilusão de que os combates decisivos se ganhem de assalto. Mas é grande a alegria de os poder partilhar na Academia.
Moisés de Lemos Martins
Instituto de Ciências Sociais
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